terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Quando eu me apaixonei novamente, você foi.

Quando eu me apaixonei pela primeira vez, você era distante. Depois era só uma fantasia infantil.

Quando eu me apaixonei mais uma vez, você era mentiroso, relapso. Você ria, você dizia ‘’você não vai me esquecer’’.

Era controlado pela mãe, era drogado. Era rico demais, burro demais. Era inteligente demais. Talvez. E estava na casa dos 20, dos 30, dos 40. E em todas elas não tinha porta, não tinha nada. Além de você. 

E eu queimava, todo dia, ouvindo seu coração.

Quando eu me apaixonei alguma vez, você era promiscuo, era nojento. Usava vermelho e olhava pro céu como se a redenção fosse sua. O prazer só estava na sua cama. Só estava na sua escrita. Nada era meu. Nada era meu. Seu. Sua. Não minha. Ou teu.

Você era música, foi letra, era um sopro de vento seco que embaraçava meu cabelo.

Você foi tríade. Eram quatro, cinco, e mais. Você sempre foi quem eu não conheci, não conhecia, e estava muito perto.

Você era um deus.

E todos eles se transformam em você. Todos eles eram você. Sempre foram, e sempre serão. Você.