terça-feira, 28 de novembro de 2017

Acabou e eu não tive vontade de dizer nada. Nem alguma coisa. Nem coisa nenhuma. Até Bukowski diria mais de suas putas, das carniceiras do sentimento pelas quais ele se apaixonava.
Volte pras 306 páginas de ficção científica, esse corredor asséptico sem erro. Seu caminho de desespero. Seu desejo por si mesmo. Descontrolado.

Nada exprime melhor a falta de paixão do que a terra, mercúrio e virgem.

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Não se salvam pessoas assim, com tão pouco. -diria algum escritor moderno niilista.

domingo, 19 de novembro de 2017

Ontem, tentei procurar, nas mulheres, a dor de Ofélia. Não achei nenhuma. Já estavam mortas.
Hoje, tive delírios de chuva dentro de um quarto. Eram lágrimas, somente. Por mim e por elas.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Haviam dois gatos na sala: um era um homem e outro era um robô. (O problema é que se eu digo que "era um homem", qualquer um poderia imaginar que um homem estava vestido da gato, um erro comum de percepção das pessoas que não entendem a linguagem dos sonhos. Mas, independente de qualquer dúvida, haviam dois gatos na sala, e um era um homem e outro era um robô.)
Quando a janela era aberta, os dois corriam para a beirada dela. O problema era que os gatos tinham a mesma aparência. E eu tinha que tirá-los de lá, pois tentavam se jogar janela abaixo. A altura do prédio parecia não ter fim, e eu ficava tentando fazer com que nenhum deles se jogasse, pois miavam e falavam diretamente pra mim: "Qual merece morrer? O humano ou a máquina?"

A linguagem dos sonhos é muito complicada mesmo.